11 de junho de 2012

Homeless





Poderia construir

na desmedida paisagem

que atravessa toda a inocência

um edifício

para nascer outra vez

onde me visses

desarrumado de aprumos

com as mãos salgadas

e a pele inacabada

a tentar vestir o corpo

inutilmente

porque não tenho roupas quando escrevo


6 comentários:

manuela baptista disse...

um edifício
para escrever sempre

outra e outra vez

muito bonito!

Manuel Veiga disse...

desmedida em beleza a paisagem de tua poesia.

abraço, caro Poeta.

Lídia Borges disse...

Belíssimo!

Uma nudez que se aproxima da perfeição.

Isa Lisboa disse...

Acho que é assim que devemos escrever, sem casa, sem roupas, despojados...

. intemporal . disse...

.

.

. des.medida.mente belo . pueril . e tão sereno .

.

. um abraço .

.

.

Rita Freitas disse...

Muito bonito!!