21 de junho de 2012

Viagem

Iman Maleki 


Fecham-se as pálpebras

para que o mar se abra como uma janela

quebram-se os vidros na tempestade do sonho

a casa oscila

navega

palpita nos braços das ondas

a casa são dois corpos de cristal e bruma

unidos pelos astros

velas dos altos mastros

esses lugares difíceis

em que se despenham os dias

e os enigmas no peito

 pássaros perdidos

que voam feridos

na viagem em que o poema

como um guindaste

me ergue até às tuas mãos

onde espreita a vasta claridade

na noite que sou.

6 comentários:

Lídia Borges disse...

"...a casa são dois corpos de cristal e bruma
feridos pelos astros
velas dos altos mastros
esses lugares difíceis
em que se despenham os dias"

Levo a beleza deste dizer em imagens gravadas a azul e ouro.

Obrigada!

Rita Freitas disse...

Bela esta viagem!!

manuela baptista disse...

"soy solo un pájaro perdido
que vuelve desde el más allá
a confundirse con un cielo
que nunca más podré recuperar"


nesta viagem de olhos noturnos

um abraço

Manuel Veiga disse...

belos lugares a que a tua poesia nos nos transporta e e(n)leva - como guindaste redentor...

abraço, Poeta.

grato

. intemporal . disse...

.

.

. ir.respiravel.mente . belo .

.

. abraço .

.

.

~pi disse...

reve l ação






~