15 de julho de 2009

Da Fuligem das Noites





Da fuligem das noites

sobra a devastação dos lábios por comer

da memória colectiva dos braços por apertar

resta o coração perfurado pela a evidencia do sonho

peço perdão e porque não peço perdão ao não

mesmo que seja tarde para o sim

e para o debruçar do oceano sobre as janelas dos teus olhos abertos pela devoradora miragem

Vejo

penso

canto

sobrevivo cadáver à claridade

angustia de não te soletrar o nome

no relento da pele tatuada ou em gracioso sangue tanto faz.

As maçãs atónitas de teu ventre enlouquecem os dedos profundamente lunares

fogos persistentes no além rosto obscuro

destruímos o mundo para ficarmos sós eternamente

alimentamos assim o infinito.

2 comentários:

maria josé quintela disse...

que também seja infinito o alimento das palavras aqui.

~pi disse...

alimentamos também

alguns conceitos mortos

porque

comer beber e caminhar

é viver e ser

[ mesmo se magoada-mente,





~