9 de fevereiro de 2011

Pedia-se ao Corpo


Pedia-se ao corpo um deserto

para instalar o coração

ultimo reduto onde se poderiam expor

à tempestade todos os órgãos

cujos pormenores

são rajadas de lâmpadas cadentes

estremecendo como estrelas nocturnas

a treva pura incorporada na pele

onde ardiam folhas

a chuva fazia o seu ninho

e adormecia

3 comentários:

Graça Pires disse...

No deserto nascem os feiticeiros da sede...
Beijos.

Maria Azenha disse...

"a chuva fazia o seu ninho"...



a chuva e o canto.

Gosto.
abraço,

icendul disse...

obrigada pela visita ao poros:)
és sempre bem-vindo.
vou espreitando.