21 de agosto de 2009

Sol...



Um desastre não é mais que um pedido de desculpas ao destino
talvez obsceno de tão evidente
uma desolação que precede a alegria da flor beijada pelo sorriso da chuva
com a sua pequena boca estruturante
não é uma questão de palavras o que já está escrito
nem de gestos o que já não se pode sentir
um desastre torna mais inteiro o que foi destruído
no comércio das perdas
o jogo dos vidros partidos
é a mais importante janela para o sol.

9 comentários:

ContorNUS disse...

Fantástico pensar...
voltarei

Ana Carolina disse...

Escreve-se muito bem por aqui. Voltarei também... because I`m free!

ElsaTaveiraLourenço disse...

É precisamente em momentos como este, em palavras escritas, proferidas como as que aqui temos diante dos olhos, que podemos ler, sentir e, tomar consciência de muita coisa...
Gostei muito deste pensamento.

maria josé quintela disse...

belíssimo este teu curto ensaio sobre o desastre!



beijo.

~pi disse...

uma vez vi uma janela

em que as

plantas

saíam

pelos vidros

estilhaçados

eram verdes e belas

] nunca

soube se eram

carnívoras,





~

Rute Coelho disse...

a liberdade dos desastres revela a certeza de que eles se repetirão uma e outra vez. só assim faz sentido: ser livre

... a cada instante ... disse...

Esta desgraça, este revés, esta fatalidade do destino... faz-me sentir mais viva do que nunca... porque tenho maior consciência da minha existência quando sofro em demasia...

Abraço.

Violeta disse...

Um desastre pode fazer toda a diferença na vida de cada um...

John Doe disse...

e mesmo assim continua a ser um desastre, mais uma vez me pergunto o por que das perdas serem sempre mais sentidas que os ganhos...