15 de abril de 2011

Quando a Noite

Antony Gormley

Quando a noite calmamente se enfurece

contra os lábios de madrugada

e cega a tudo dá com as suas luminosas mãos

o pão que espera o silêncio da boca

assim como a verdade o impede de ser outra vez seara

a voz trabalha a luz do silencio

nestas páginas que dizem

o salário mínimo dos amantes

migração dos corpos recebidos noutros corpos

como um grande país de liberdade

relâmpagos regulares acendem

a carne como uma guitarra pura

que de espuma

cintila por dentro

do coração

o mar

que através de mim

te canta.