"Blue" - K. Kieslowski
Ouço os ossos do corpo
quebrados violentamente
no trabalho da aprendizagem
daquilo que não somos
a raíz do mundo cortada pela garganta
ainda canta
no começo da vida para lá da vida
não sei como dizer
a minha própria voz
ou como lá chegar
pelos meus passos
sei que nos atravessámos em desordem
uns nos outros
eu em ti como um cavalo assustado
pela rebentação das ondas
tu em mim
como nuvem efémera
na imensa transfiguração do azul .
8 comentários:
BELÍSSIMO. PARABÉNS
Abraço
Há dias
em que só pensamos azul
Muito bem poeta
É mesmo um trabalho de aprendizagem daquilo que não somos.
Gostei imenso deste poema
Bjs
como aprender a própria voz, sem a dor dos passos?...
assim o azul sirva de refrigério...
admirável poema.gostei de verdade!
abraço
gosto
da sua ligação ao cinema
a banda sonora de Azul vai bem com o seu poema
o azul arde-se e logo verdeja.
o efémero azul.
~
Sim, no trabalho da aprendizagem, que mata, que dói, que conduzirá até à luz... pelo menos, esperemos nós que assim seja...
Abraço.
Gostei muito deste poema, de uma intensidade dura, mas que se entende muito bem!
Beijos
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