Difícil
cortante
límpida
incomparável
a alegria de madrugada
sinto-a a latejar nas mãos
o suor na ponta dos dedos
como um archote
a noite entornada no corpo
que olha pela tranquilidade do teu sono
do ruído cá dentro já não se ouve nada
a não ser o silencioso rosto vergado pela insónia
e o barco de papel
onde viaja o sonho
e as palavras sempre marítimas
as palavra que observam
que florescem como rosas nocturnas
que abraçam e transportam
que respiram dentro de ti
que iluminam
que esmagam
queimam e baptizam
que te batem nas têmporas
destroem a máscara
e alimentam a matéria do poema
são essas palavras
as evidências lunares no corpo
aberto em cruz
e o vermelho dos olhos
como um farol por dentro das pálpebras
difícil
cortante
límpida
e incomparável luz
5 comentários:
Muito bonito o seu poema!
Parabéns e obrigada pela visita.
na ponta da Palavra poética - como adaga apontada ao cerne...
abraço
Grande poder têm as palavras e que grandes palavras compõem este poema!
Bjinhos
Gostei muito. Diáfano e reconfortante, tranquilo, plácido. Parabéns!
Um abraço
que tanto viver num farol:
assim:
do éter na água.
~
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