Escuto o estrondo da luz
rompendo pelo corpo acima
deflagra o poema
na carne viva
um relâmpago ao fechar dos olhos
todo o silêncio canta
como uma rosa imperecível
algodão na boca
nuvens inteiras á disposição do vento
aeronaves que sobrevoam o peito
eu piloto o espirito
transporto as matérias primordiais
à cidade que só tu podes habitar
abro a janela à intempérie
deixo entrar o naufrágio
sonho
salvo-me
do silencio completo
da fermentação das sombras
e das casas onde as lâmpadas ardem negras
em esperança inútil
é pior o terror dos lugares intermédios
onde a possibilidade subitamente desfaz
o rosto esperado
no espelho quebrado
6 comentários:
sim, este abismo não tem importância.
mais um belíssimo poema!
obrigada!
beij
.
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. estou . estamos .
.
. perante um Poeta . que nos invade os sentidos . ávidos .
.
. curvo.me e saio . rendido .
.
. um forte abraço .
.
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"todo o silêncio canta/como uma rosa
imperecível"
Fico nesta imagem e gosto...
Um beijo
poema de luz e trevas. no negrume de espelhos quebrados. visceral...
gostei de ler.
abraço
Ou quem sabe um abismo necessário? Assim como a poesia parece ser?
Beijos
Repare como luz a sombra
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