29 de agosto de 2012

Dos Limites



O que permite voar não são as asas mas o sonho

talvez as deixe para trás

como um motor a repousar depois do esforço

ainda tenho as cicatrizes que a lua não sarou

na pele as marcas da dentição do medo

e em cada nervo do corpo

a carne estremece ainda

em equilíbrio precário

os braços como cordas esticadas

tem contudo a tentação dos céus

mas aqui estou misturado com a terra

sem raízes que não sejam

as que das nuvens fazem chegar a chuva

á árvore caída na tentação de florir

do centro da floresta

quero dizer-te o quanto perdido estou

se no teu olhar

não encontro jamais a dimensão do mar.

4 comentários:

Daniel C.da Silva disse...

"O que permite voar não são as asas mas o sonho"


BELÍSSIMO. E ASSIM É.

Um abraço. Grande.

Isa Lisboa disse...

"O que permite voar não são as asas mas o sonho"... Também voamos com poemas assim...!
Beijos

Paulo Gameiro disse...

Gostei bastante

Abraço PG

Rita Freitas disse...

Bonito!
E que encontre a dimensão do mar :)

Bjs