"Prima Ballerina" - Degas
Doce bailarina
essa estrela que existe porque nela creio
doce bailarino
esse sonho inesgotável
onde um homem escravo da liberdade
também pode ter asas
amado meu
é o pássaro branco
suficiente para ser crista de vaga
o mar pode voar aberto ao meio
não cairá por terra
o mar celeste
como a boca que da palavra é a água que corre
no teu peito
devorado e nu
que seja assim
que venhas assim
em diluvio
como o pássaro salgado
como a flor de prata
no rosto da primeira estrela tremeluzente
quando termina o dia
na combustão do céu dourado
entre o fim do azul e o inicio do negro
os teus cabelos parecem flutuar misteriosamente
para além de tudo visto
cabelos cheios de murmúrio
vozes muito finas
vozes na noite intensa
na festa dos astros
lado a lado espalhados
como janelas na casa escura do firmamento
janelas onde podemos brincar com o mundo
esse peão azul
à deriva
na negra e solene imensidão
3 comentários:
E é desta janela do firmamento que sinto intensamente estas palavras, qual doce bailarina :)
Beijos
Que bela dança! :)
Beijos
Azul até de noite
Enviar um comentário