"Some Came Running" - Vincent Minelli
O poema
surge por vezes nas alamedas da cidade
como um pequeno sol na noite
a lua
ilumina o peito do poema
aberto ao deserto do espelho
a palavra mostra o seu o rosto encurralado
um reflexo
que paira na negra vastidão do céu
palavra nenhuma
será dita depois do derradeiro gesto
e se procuras o vento inacessível
ele não está longe
minha irmã luzente
veste a imortal beleza
o sonho que do coração
regressa á melancolia musical
que não podemos cantar
por não sabermos a mar
a esperança é sal
um demónio vascular
no silêncio despedaçado
pelo grito
um abrigo infinito
uma praça devorada por flores
para onde fores
és sempre um homem nu
despojado de sombra
uma rocha que fala
uma onda que dança
na desolação da praia
fica fundo criança
como os animais inscritos na sua crosta
a rocha mais não é que um rosto acariciado pelo tempo
um grande livro
se souberes sorrir como as estrelas
nada mais serás que um pingo de luz.
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