Da fuligem das noites
sobra a devastação dos lábios por comer
da memória colectiva dos braços por apertar
resta o coração perfurado pela a evidencia do sonho
peço perdão e porque não peço perdão ao não
mesmo que seja tarde para o sim
e para o debruçar do oceano sobre as janelas dos teus olhos abertos pela devoradora miragem
Vejo
penso
canto
sobrevivo cadáver à claridade
angustia de não te soletrar o nome
no relento da pele tatuada ou em gracioso sangue tanto faz.
As maçãs atónitas de teu ventre enlouquecem os dedos profundamente lunares
fogos persistentes no além rosto obscuro
destruímos o mundo para ficarmos sós eternamente
alimentamos assim o infinito.
2 comentários:
que também seja infinito o alimento das palavras aqui.
alimentamos também
alguns conceitos mortos
porque
comer beber e caminhar
é viver e ser
[ mesmo se magoada-mente,
~
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