Antony Gormley |
Quando a noite calmamente se enfurece
contra os lábios de madrugada
e cega a tudo dá com as suas luminosas mãos
o pão que espera o silêncio da boca
assim como a verdade o impede de ser outra vez seara
a voz trabalha a luz do silencio
nestas páginas que dizem
o salário mínimo dos amantes
migração dos corpos recebidos noutros corpos
como um grande país de liberdade
relâmpagos regulares acendem
a carne como uma guitarra pura
que de espuma
cintila por dentro
do coração
o mar
que através de mim
te canta.